Liga NFA: os primeiros passos da organização que se destaca no cenário competitivo dos esports

 


Da criação ao seu crescimento, conheça na íntegra a trajetória percorrida pela Liga NFA

O que a paixão pelos jogos pode gerar? Essa paixão tem criado uma grande comunidade de fãs ao redor do mundo, novos times e organizações, além de mais espaços para simpatizantes e atrair profissionais para atuar na área. 

E a paixão pelo jogo Free Fire foi o que uniu dois amigos e resultou na criação da liga NFA, que hoje é a maior competição independente do game no mundo! 

A NFA (National Free Fire Association) se tornou uma referência dos campeonatos não-oficiais de Free Fire, conquistando números que surpreendem. Mas, a pergunta que não calar é: como tudo começou? 

Primeiros passos dentro do Free Fire 

Formado em engenharia civil pela Universidade do Vale do Paraíba, Marcelo Camargo é o CEO e sócio da NFA. Atuou como calculista estrutural até que, em 2017, conheceu o Free Fire por meio de um amigo.

O jogo ainda era um lançamento e dava seus primeiros passos dentro do cenário competitivo. Muito ativo dentro da comunidade, Marcelo conheceu Bernardo Assad. Atual sócio da NFA, ele começou no universo dos games quando ainda era adolescente, lá pelos 13 anos de idade.

Anos depois, Bernardo ingressou na faculdade de direito, mas o chamado dos jogos foi maior, o que o levou para a INTZ E-Sports como Mobile Games Manager.

À medida em que Marcelo e Bernardo foram se conhecendo, os dois se uniram para criar alguns pequenos campeonatos dentro da comunidade do Free Fire. Aos poucos, a ideia que ambos tinham de profissionalizar e trazer mais qualidade para o cenário do game da Garena cresceu. 

A inspiração para a criação da NFA veio de grandes competições esportivas do exterior, como NFL e NBA. A Liga teve sua estreia no dia 1 de maio de 2019, levantando a bandeira, que foi a responsável por trazer destaque para os emuladores de Free Fire. 

Logo na primeira live, a Liga NFA surpreendeu, conquistando picos de 10 a 15 mil espectadores pela plataforma do YouTube. Esse foi o primeiro passo para se tornar o que seria hoje.


Ao longo do desenvolvimento e crescimento da NFA, novos nomes e talentos embarcaram na Liga, como Samuel Gonçalves. Após atuar com a empresa S2 Games, desenvolvedora de Heroes of Newereth em 2010, ele foi se dedicar na faculdade de medicina, que fazia na Bolívia.

Foi em 2018 que entrou no universo de Free Fire, como Community Manager na Garena, desenvolvedora do battle royale. E foi a partir daí, que ele se apaixonou pelos jogos mobile e teve seu primeiro contato com a Liga NFA. Hoje, Samuel é um dos sócios da organização. 

E mesmo após essa caminhada, o objetivo inicial da NFA nunca mudou. Nas palavras de Marcelo Camargo: “cada vez mais desenvolver um trabalho profissional e unir o entretenimento ao esports”. 

Um crescimento exponencial 

A Season 4 da Liga NFA chamou muita atenção para a competição devido aos seus números. Durante o principal campeonato, que aconteceu de julho a outubro de 2020, a NFA foi o primeiro canal a alcançar 1 milhão de seguidores na plataforma da BOOYAH! (site de lives da Garena). 

Também bateu um total de 1 milhão de seguidores no canal do YouTube, chegou aos 4 milhões de seguidores no Instagram, alcançou mais de 100 mil seguidores no Twitter e 200 mil inscritos no Tik Tok. 

Durante a transmissão da grande final da Season 4, a Liga NFA bateu o recorde de visualizações, com um total de 558.414 mil visualizações simultâneas nas plataformas da BOOYAH! e YouTube. O número chegou a ultrapassar grandes campeonatos, como o CBLOL (Campeonato Brasileiro de League of Legends), que durante as finais de 2020, chegou a 395.752 mil visualizações simultâneas. 

Mas é possível explicar tamanho crescimento em tão pouco tempo? Para Daniela Branco, diretora de negócios na NFA, há uma soma de fatores que podem explicar tal crescimento.



O ano de 2020 foi marcante para o crescimento dos games, principalmente os jogos mobile. Os jogos de celular podem alcançar o crescimento anual de 13,3% e gerar U$ 77,2 bilhões. O valor representa quase metade da receita total do segmento de games, que deve crescer em 9,3% e chegar a US$ 159,3 bilhões. Principalmente no Sudeste Asiático, na Índia e no Brasil, segundo dados da Newzoo. 

Os números se aqueceram com a pandemia, que mudou toda a realidade dos consumidores e dos patrocinadores. Estes, começaram a buscar cada vez mais por entretenimento online, que é um resultado do isolamento social. 

“A Liga NFA já operava praticamente online, então não tivemos grandes processos de adaptação para seguir produzindo nossos campeonatos. Com isso, pudemos aproveitar os investimentos que seriam direcionados aos eventos presenciais em melhoria dos nossos conteúdos, tecnologias e, principalmente, nos adequar ao código de conduta de saúde”, explica Daniela. 

Na visão da diretora de negócios, o futuro do segmento , é que a audiência dos esports continue a crescer. 

“É um caminho sem volta. Quanto mais as marcas participam do ecossistema, mais sólido e profissionalizado fica o mercado. Isso gera muitas oportunidades e empregos para todos os pilares: clubes, equipes, atletas, eventos, campeonatos, premiações, plataforma de streams, publisher, desenvolvimento de novos produtos, novos modelos de negócios, novas tecnologias. É uma rede de conexões e trocas”, completa.

Um parâmetro nacional e global 

Os números crescentes da NFA colocaram o campeonato em destaque no cenário de esports, tanto nacional, quanto internacional. 

Atualmente, essa competição é o maior campeonato internacional de Free Fire e o maior campeonato independente de esports do Brasil. Os números crescem e cada vez mais a NFA se torna relevante no cenário! 


Os pilares da NFA 

Se você perguntar para qualquer pessoa dentro da NFA qual o principal motivo para o crescimento de desenvolvimento da organização, a resposta será unânime: a comunicação! 

Segundo Brenda Gonçalves, diretora de marketing na NFA, a comunidade de Free Fire é muito grande e unida, por isso, é muito importante se comunicar e falar a língua dos fãs. 

“Uma das coisas que prezamos é a abertura. Sempre estamos abertos para ouvir e mostrar transparência. Nossos fãs assistem nossos campeonatos, dão feedbacks, e nós escutamos e respondemos”, ela comenta. 

Além disso, a NFA se importa em criar um espaço em que os fãs possam conversar e trocar opiniões sobre o universo de Free Fire. Dessa forma, as interações nas redes sociais são constantes!

“Sempre foi característica nossa investir muito na nossa equipe de comunicação e marketing, acredito que esse é um dos maiores pilares da Liga o que nos faz colher bons frutos, dentre eles, recordes de audiências, seja nas redes sociais ou em streaming”, afirma Bernardo Assad. 

E completa: 

“Nosso público é nosso principal cliente, do qual apesar do alto volume de interação, sempre tentamos levar um atendimento premium para eles”. 

Mas não para por aí. Outros fatores internos contribuem para o destaque da NFA dentro do cenário competitivo. Entre eles, a valorização da competitividade, defendendo a integridade da Liga e dos jogadores que participam. 

“Um exemplo foi nosso investimento no Blackbox (anticheat usado nos campeonatos da NFA) para deixar a competição mais justa para quem joga e para quem assiste, elevando assim, o nível dos jogadores e recompensando aqueles que buscam evoluir treinando diariamente, sem ajuda de "programas/macros" para se destacar na competição”, explica Samuel Gonçalves. 

Já para Marcelo Camargo, algo que a NFA sempre tenta trazer para as competições e para os fãs é a honestidade e a imparcialidade nas decisões tomadas, as quais são sempre comunicadas nas redes sociais do campeonato. 

Por fim, o último pilar de sustentação da NFA, mas não o menos importante é a progressão. “Nunca nos estagnamos, estamos sempre em desenvolvimento e aprendendo com os campeonatos para fazer algo melhor nos próximos”, conclui Marcelo. 


Uma liga que muda vidas

E não são só nos números ou na comunidade de fãs que a NFA vem mudando. Muitas pessoas dentro da competição tiveram suas vidas transformadas, como é o exemplo de Rafaela Valini. 

Atualmente ela é diretora de projetos dentro da NFA, contudo, se formou em odontologia e trabalhou em um consultório antes de entrar no universo dos games. 

“Eu jamais me imaginei largando a odontologia para seguir nos esports. No começo, para eu aceitar foi muito difícil, porque eu estudei para aquilo, eu fiz uma faculdade, meu pai investiu muito em mim, tanto que até hoje eu valorizo minha faculdade”. 

Rafaela começou a ajudar a NFA desde a sua criação, criando legendas para as publicações das redes sociais e interagindo com os fãs. Hoje, lidera os projetos do campeonato e outros trabalhos.

“Eu não estou arrependida pela minha escolha, e acho que estou muito mais feliz e muito mais realizada no que faço agora!”, afirma. 

Assim como Rafaela, outras pessoas que fazem parte da NFA vestem a camisa da competição e mostram a vontade de fazer, cada dia mais, a liga crescer

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