Verão Pet: o cuidado com algumas doenças precisa ser intensificado

 


Altas temperaturas e o aumento da umidade facilita a proliferação de vetores de doenças infectocontagiosas importantes

O verão é sinônimo de muita diversão ao ar livre, com praias, piscinas, praças e até mesmo trilhas fazendo parte do roteiro dos mais aventureiros, e sempre que possível acompanhados dos pets. Mas, as altas temperaturas e a maior incidência de chuvas em grande parte do país também é responsável pelo aumento de mosquitos, parasitas e outros insetos que fazem o trabalho de vetores de doenças importantes, às quais os tutores precisam estar atentos.

“Além dos cuidados importantes que o tutor precisa ter, como o de evitar passeios nos momentos mais quentes do dia, fornecer sempre abrigo do sol e água fresca ao animal, e não deixar o pet sozinho no carro nem por 5 minutinhos, é preciso ligar o alerta sobre as doenças parasitárias que aumentam consideravelmente nesta época do ano”, alerta a médica-veterinária gerente de produtos pets da Ceva Saúde Animal, Nathalia Fleming. “Algumas destas doenças podem ser silenciosas e não apresentar sintomas por um longo período, o que facilita a sua transmissão e pode debilitar ainda mais o animal”, alerta.

1) Cuidado com as infestações de pulgas

Engana-se quem imagina que o único problema das pulgas é a coceira irritante causada pelas suas picadas. As pulgas são os principais hospedeiros intermediários do Dipylidium caninum, verme semelhante à tênia que infecta os cães e pode acometer o ser humano. O animal pode contrair a larva do verme através da ingestão da pulga contaminada durante o ato de se morder para se coçar, ou pela ingestão acidental das fezes da pulga. A larva se instala no intestino do pet, causando danos à mucosa intestinal, má absorção de nutrientes, promove a perda de pelos e de peso. Quando não tratada, pode ocasionar a morte do pet.

Além da dipilidiose, as pulgas são responsáveis por inúmeros problemas de pele, que vão desde uma leve irritação cutânea às dermatites mais sérias desencadeando crises alérgicas. Por isso evitar e controlar a presença de pulgas no pet e no ambiente que ele frequenta é tão importante, especialmente no verão.

2) A temida “Doença do Carrapato”

A proliferação de carrapatos é muito maior no verão do que em outras épocas do ano, e eles podem estar presentes em praças, parques, e até mesmo no quintal de casa. Estes ectoparasitas podem estar infectados com a bactéria responsável por causar a erliquiose ou com o protozoário que provoca a babesiose. As duas doenças são diferentes, a erliquiose atinge as células de defesa (glóbulos brancos) e as plaquetas (responsáveis pela coagulação sanguínea), enquanto a babesiose atinge os glóbulos vermelhos, que são responsáveis pela circulação de oxigênio no corpo, mas ambas são graves e em muitos casos a cura completa não é alcançada.

           

3) Dirofilariose

A Dirofilariose também é conhecida como doença do verme do coração, pode ser fatal, e pode acometer os seres humanos. A doença é transmitida pela picada de mosquito. Ao picar um animal contaminado, as larvas do verme Dirofilaria immitis passam para o inseto, onde se desenvolvem – este tempo de desenvolvimento varia de acordo com a temperatura do ambiente, em locais com temperaturas mais baixas, o desenvolvimento demora mais.

Quando o mosquito contaminado pica outro animal ou o ser humano, as larvas são transferidas ao tecido muscular e migram através da corrente sanguínea até os pulmões e coração, onde podem viver por até 7 anos. Durante os primeiros 7 meses o animal portador da Dirofilaria não apresenta sintomas clínicos, o que torna a doença mais perigosa e a sua prevenção ainda mais importante. Os primeiros sinais costumam ser a tosse e cansaço, podendo evoluir para insuficiência cardíaca e lesões cardiovasculares dependendo da quantidade de vermes.

“O tratamento da dirofilariose é longo e complexo, em alguns casos a quantidade de vermes presentes no pulmão e coração é tão grande que é preciso realizar a remoção cirúrgica. Em outros casos, dependendo da saúde e da idade do animal, o tratamento pode ser mais arriscado do que a presença dos vermes”, Nathalia alerta. “Existem diversas formas de prevenir a doença, principalmente com repelentes que evitam as picadas de mosquitos e vermífugos orais que combatem as larvas (microfilárias). Essa defesa dupla é extremamente importante, especialmente para os cães que frequentam regiões litorâneas ou com grande incidência de mosquitos”.

4) Leishmaniose Visceral Canina

A Leishmaniose também é uma doença transmitida por mosquitos, especificamente pelo “mosquito-palha”, que se contamina ao picar um animal ou ser humano contaminado e transmite o protozoário Leishmania infantum chagasi para outro animal ou ser humano sadios. O protozoário ataca o sistema imunológico, mas a doença é conhecida como uma doença silenciosa e que pode levar até 6 anos para desencadear os primeiros sinais clínicos. Durante este período, mesmo sem apresentar sinais, o animal acaba atuando como reservatório do parasita, dificultando o controle da doença.

Os principais sintomas iniciais da Leishmaniose são lesões de pele e úlceras em regiões de orelha, cauda e focinho, perda de pelos, descamação de pele, emagrecimento progressivo, falta de energia e crescimento acelerado das unhas (onicogrifose). Por enfraquecer o sistema imunológico, os animais ficam mais susceptíveis à diversas doenças causadas por vírus, fungos e bactérias.

“A Leishmaniose pode levar o animal ao óbito se não for corretamente diagnosticada ainda no seu início, e nenhum remédio conhecido até hoje é capaz de eliminar completamente a Leishmania do organismo do pet, sendo possível apenas combater aos sintomas clínicos. A prevenção com a vacina Leish-Tec® e o uso de repelente tópico é primordial para ter um pet mais longevo e saudável, assim como para a saúde pública como um todo”, reforça.

5) Verminoses gastrointestinais

As verminoses gastrointestinais são comuns durante o verão pois o clima quente e úmido favorece a proliferação e manutenção de seus ovos no ambiente. Quase sempre a contaminação acontece pela ingestão dos ovos, larvas ou cistos por meio de alimentos mal higienizados ou água contaminada. O instinto curioso e investigativo dos cães os deixa mais susceptíveis às verminoses gastrointestinais, já que ovos, larvas e cistos também podem estar presentes no ambiente.

Os sinais mais comuns da presença de vermes no trato gastrointestinal dos pets é a mudança na consistência das fezes, incluindo diarreia, apatia, vômitos e anemia. Animais mais jovens ou com o sistema imunológico comprometido podem apresentar sintomas mais graves e, dependendo do grau de infestação, apresentar outros problemas de saúde. Além disso, alguns dos parasitas gastrointestinais que acometem os pets podem acometer os humanos também.

Nathalia explica que o combate e a prevenção destas e outras doenças é mais eficaz quando são utilizados métodos multimodais. “Os métodos multimodais promovem uma proteção 360º do pet, agindo de dentro para fora e de fora para dentro. O mais comum é a utilização de antiparasitários e/ou vacinação junto com o uso de repelentes tópicos de alta eficiência, como o Vectra 3D®. A combinação dele com a vacina Leish-Tec®, que protege contra a leishmaniose, e com o Canex Premium®, que combate os principais vermes dos cães, a giárdia e a dirofilaria, ajuda a manter o pet saudável e menos vulnerável às doenças que podem ser causadas por pulgas, carrapatos e mosquitos”, finaliza.

A prevenção é a melhor amiga do pet e do tutor, e ela precisa ser prática e eficaz, além de fazer parte da rotina do pet – especialmente no verão.

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