RECICLAGEM DE PET MANTÉM CRESCIMENTO, MESMO COM OS DESAFIOS DA COLETA SELETIVA
Brasil
reciclou 56,4% das embalagens pós-consumo, uma alta
de 15,4% sobre o volume registrado no último levantamento em 2019. |
O mercado
de reciclagem de embalagens PET acentuou a tendência de crescimento em 2021,
confirmando a forte característica de circularidade do material e a confiança
de grandes usuários em contar com a embalagem como parte de suas ações de
sustentabilidade. Isso aconteceu mesmo diante dos desafios impostos pela
pandemia de Covid-19 e a histórica ausência de sistemas públicos de coleta
seletiva, que limita o acesso da indústria de reciclagem às embalagens
descartadas pelos consumidores. De acordo
com o 12º Censo da
Reciclagem do PET no Brasil, 359 mil toneladas de embalagens PET pós-consumo receberam
a destinação adequada, um crescimento de 15,4% sobre o volume
registrado m 2019, último período em que o levantamento havia sido realizado
pela Associação
Brasileira da Indústria do PET (ABIPET). Naquele ano, 311 mil
toneladas, ou 55% das embalagens PET descartadas foram recicladas. “Diante
desses números, o Brasil consolida sua posição de liderança mundial na
reciclagem de PET, em função de um grande e diversificado mercado consumidor
que foi criado durante duas décadas para o material reciclado”, afirma o presidente executivo da ABIPET, Auri
Marçon. “Mesmo com esse desempenho, ainda contamos com
capacidade ociosa, da ordem de 25%, para reciclar volumes adicionais que
atenderiam perfeitamente a um mercado de forte crescimento, pronto para
absorver esse material.” Circularidade:
novas embalagens puxam consumo do PET reciclado O
crescimento da reciclagem de embalagens PET (15,4%) superou também o
crescimento do consumo de resina virgem, que foi de 12,4% no mesmo período.
Esse desempenho mais favorável para o material reciclado decorre da evolução
que vem acontecendo entre as empresas usuárias da embalagem e o seu
compromisso com a circularidade. Tanto
isso é verdade que o principal consumo da resina PET reciclada foi registrado
pelos fabricantes de preformas e garrafas, produtos que são utilizados
principalmente pela indústria de água, refrigerantes, energéticos e outras
bebidas não alcoólicas. No último levantamento, de 2019, esse setor consumia
24% do total do PET reciclado. No novo Censo, o índice alcançou 29%. Essa
indústria se utiliza do processo conhecido como bottle to bottle, principalmente em
decorrência do aumento da produção de embalagens em grau alimentício (food grade), que nos
últimos anos mostrou uma grande evolução tecnológica, garantindo qualidade e
saudabilidade. O setor
têxtil vem em segundo lugar, com o consumo de 25% de todo o material
reciclado, uma alta de dois pontos percentuais sobre o índice de 2019. As
embalagens para sólidos (bandejinhas termoformadas) manteve o percentual já
registrado em 2019 e fechou o ano passado com 17% do volume total de PET reciclado. “A forte
demanda pelo PET reciclado muitas vezes gera a falta de material no mercado.
Isso provoca a alta do preço, que em alguns momentos chega a ser superior à
resina virgem. Mesmo com essa diferença, o compromisso de grandes usuários
com ações sustentáveis garante a compra e utilização do material reciclado”,
explica o presidente executivo da ABIPET. Origem
dos dados Os
resultados do 12º Censo da Reciclagem do PET no Brasil foram levantados a
partir de entrevistas com representantes de 140 empresas de todo o País,
divididas entre recicladores (24%); aplicadores, que são empresas que
adquirem e utilizam o PET reciclado em seus produtos (61%); e integrados, que
fazem a reciclagem e também utilizam o material na fabricação de itens que
retornam ao mercado (13%). Sobre a
Abipet Fundada
em 1995, a Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), é uma entidade
sem fins lucrativos que reúne a cadeia produtiva do setor de PET: fabricantes
de resina, embalagens, equipamentos e recicladores de PET. A Entidade
representa a indústria no Brasil e é a maior do segmento em toda a América
Latina. Tem como objetivos promover a utilização e reciclagem das embalagens
de PET, incentivar o desenvolvimento tecnológico, aplicações para o material
reciclado e divulgar as ações do setor. |
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