Futuro das embalagens: confira as principais tendências e comportamentos de consumo no cenário brasileiro

 


Organizado pela ABRE, roda de discussões trouxe as principais expectativas para o setor e contou com a participação de grandes players, como a Avery Dennison

A Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) promoveu um workshop sobre as principais tendências e comportamentos de consumo no cenário brasileiro pós-pandemia. O encontro, que foi realizado de forma presencial e online, contando com a participação de grandes players do setor, como a Avery Dennison, trouxe um observatório sobre o panorama histórico de consumo da classe média brasileira, avaliando pontos importantes e marcantes, desde a criação do plano real e todo o impacto que a pandemia trouxe aos hábitos de consumo dessa população.

De acordo com Alexandre Botelho, diretor de Compras, Inovação e Sustentabilidade da Avery Dennison na América Latina, o apoio a esse tipo de estudo é muito valioso, pois possibilita maior aproximação do consumidor, mesmo para empresas B2B, como é o caso da líder mundial em ciência de materiais. “Queremos entender as mudanças nos hábitos de consumo, o papel que a embalagem e o rótulo desempenham na decisão de compra e na conexão das marcas com seus consumidores. É através de uma abordagem centrada no consumidor, no convertedor de rótulos e na marca que conseguimos explorar e propor soluções inovadoras para que a Avery Dennison, além de fornecedora de materiais para rótulos auto adesivos e soluções de identificação digital, possa contribuir para o crescimento lucrativo dos negócios de nossos clientes e clientes de nossos clientes”, destaca o executivo.

Resiliência imperativa

Passada a fase de ascensão da classe média brasileira, no início dos anos 2000, as instabilidades econômicas do país começaram a acertar precisamente essa população, com dificuldades agravadas pela recente pandemia. De acordo com a Pesquisa Global McKinsey de Percepção do Consumidor 2022, realizada pela McKinsey & Company, a resiliência – com grande adaptação a um ambiente econômico incerto – fez com que 50% dos respondentes se mostrassem otimistas para uma breve melhora.Entretanto, os últimos desafios provocaram uma revolucionária mudança nos hábitos de consumo da classe média. De acordo com o observatório da ABRE, 23,2% das pessoas deixaram de comprar determinados itens, outras 20,3% consideraram deixar de comprar, e 19,8% acabaram comprando produtos alternativos ou inferiores, devido às altas constantes de preços. A busca por soluções economicamente viáveis tornou-se uma questão de sobrevivência. 

Transparência e engajamento social

Redução de tamanho, queda de qualidade dos ingredientes e produtos comercializados, seguem entre as principais preocupações dos consumidores da classe média brasileira, que buscam diferentes formas de economizar (trade down, promoções, descontos) e sentem que as marcas não oferecem em suas embalagens uma comunicação clara.. Nesse sentido, a preocupação imediata não é a de optar por práticas, produtos ou embalagens com apelo sustentável , mas por preço em conta ou facilidade na hora do consumo. Para falar de sustentabilidade com esse nicho de público é preciso, primeiramente, aplicar-se às causas sociais, valorizando as pessoas, para então pensar no meio ambiente. É preciso, por exemplo, que todas as regiões contem com coleta seletiva e que a população seja informada sobre sua importância, para então verter esforços em soluções que possam ser recicladas ou promovam a economia circular. “Cabe a grandes players do setor, contribuir com uma parcela considerável para essa nova consciência. Na Avery Dennison, por exemplo, além de aproveitarmos cada janela de oportunidade para aportar inovações que promovam o desenvolvimento de rótulos autoadesivos mais sustentáveis, trabalhamos o engajamento de toda nossa cadeia produtiva com o programa AD Circular. Por meio dessa iniciativa, criamos conexão e aumentamos o percentual de resíduos reciclados, livrando os aterros e dando vida nova a esses materiais. Acreditamos que à medida que as marcas adotem essas estratégias, sob as máximas da transparência, maior facilidade teremos ao trabalhar essas questões junto ao consumidor final”, destaca Alexandre Botelho.Tendências em embalagensDe acordo com o observatório da ABRE, empresas do setor de embalagem devem pensar em soluções que ajudem os consumidores a comprar mais por menos, apresentem tamanhos variados, com materiais que garantam a longevidade do produto e utilizem menos matérias-primas, como é o caso dos refis. Embalagens menores, kits com mini produtos, e uso de insumos que impulsionem a reutilização, a sustentabilidade social e facilitem a coleta seletiva, estarão à frente nos próximos anos.Pronta para absorver as novas demandas de consumo, Botelho complementa que na Avery Dennison “o aperfeiçoamento das soluções segue premissas que permitem utilizar menos materiais e energia, com a aplicação de tecnologias que facilitam o processo de reuso e reciclagem, assim como o uso de biomateriais, entre outras especificidades que maximizam a vida útil das embalagens, evitam o desperdício e reduzam as emissões de carbono em todas as etapas da cadeia. Falando em tecnologia, o uso de etiquetas inteligentes, como o RFID, segue em adesão crescente pelas marcas, especialmente por suas premissas de rastreabilidade, conexão e redução das perdas”.

O que diz a pesquisa da McKinsey & Company

Olhando o consumidor brasileiro de maneira geral e não apenas direcionada a uma classe social, a Pesquisa Global McKinsey de Percepção do Consumidor 2022, aponta que as pessoas passaram a fazer a troca por produtos mais caros e de melhor qualidade, desde que atendam premissas como performance (41%), ingredientes de melhor qualidade (48%), conveniência (26%) e sustentabilidade (23%), por exemplo.

Marcas e consumidores estão mais exigentes e sofisticados em termos de embalagens, que não são apenas um invólucro para os produtos, toda inovação agregada é pensada para a otimização da cadeia de suprimentos; com uma abordagem que contempla informações técnicas; customizadas para atender a diferentes canais de vendas; com funcionalidades de canal de comunicação; e valorização de atributos como sustentabilidade, transparência e sourcing responsável de produtos.

Para que a transição sustentável seja efetiva ao setor, é preciso combinar fatores como a circularidade para reciclar e aproveitar materiais reciclados na criação de novas embalagens; e uso de soluções que reduzam a emissão de gases de efeito estufa ao longo de todo o ciclo de vida da embalagem; estratégias que, em equilíbrio, levarão à regeneração da natureza.  Práticas já adotadas por empresas globais, como a Avery Dennison, precursora e pioneira nas tendências que norteiam o segmento.

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