COSPLAYER DE ATITUDE 07 - ELIS VITAL

Voltando hoje com o Cosplayer de Atitude, com a Elis Vital que dentre os trabalhos que fez destaco a versão feminina do Thor.
Desde que acompanho Cosplay vejo que a Lis manda muito bem e é um prazer contar a história dela hoje!!!!
Espero que vocês também gostem!!!!!!

I - Se apresente (nome, idade e outras coisas que ache importante as pessoas conhecerem)
Meu nome é Elis, mas meus amigos costumam me chamar de Lis, tenho 23 anos, moro no interior de São Paulo e sou nerd assumida.

II – De onde veio o desejo de fazer Cosplay?
Começou ainda na época do Orkut, aqui na minha região não era muito comum a prática do cosplay (e ainda não é), mas comecei a ver alguns amigos virtuais fazendo cosplay e comecei a pesquisar sobre o assunto. Foi amor à primeira vista, desde então nunca mais parei.

III – Onde você realizou seu primeiro Cosplay (Evento, Personagem e Ano)?
Meu primeiro cosplay foi o Itachi Uchiha do anime Naruto, eu o usei em um evento aqui da minha região chamado Anime Guará, que acontecia na cidade de Guaratinguetá – SP, em junho de 2008. Foi tão marcante para mim que nunca esqueci.

IV – Desde esse que citou quantos mais fez?
Fiz cerca de vinte cosplays, porém alguns vendi, outros deixaram de servir. Atualmente, no meu guarda roupa, tenho cerca de dez cosplays.

V – De onde vem suas referências na escolha do Cosplay?
Eu sou bem detalhista então procuro prestar bastante atenção nos filmes, hq’s ou desenhos que uso para fazer cosplay. Já teve acessórios que não encontrava imagem clara e cheguei a assistir um determinado trecho de uma série diversas vezes até conseguir desenhá-lo do modo que eu queria.


Thor – versão feminina inspirada nos quadrinhos clássicos, usado no Anime no Orion em São José dos Campos em 2017 (foto por Cos’ Art Studio)


VI – Como se sente ao reconhecerem sua caracterização e pedirem para tirar fotos?
Para mim é uma realização. Eu fico muito feliz quando as pessoas reconhecem o personagem que estou caracterizando, pedem para tirar fotos, elogiam meu trabalho. Essa é a melhor parte de fazer cosplay, a interação com outras pessoas que também amam aquele personagem ou aquela mídia que estamos representando.

VII – A vestimenta é sempre comprada, customizada por você ou recebe ajuda de amigos ou patrocinadores?
Normalmente eu peço para uma costureira de confiança fazer a parte de tecido, já que eu  não sei costurar, porém acompanho todo o processo de perto, dou ideias e tudo o mais. Os acessórios sou eu mesma que faço, gosto muito de fazer armaduras e para mim é terapêutico mexer com esse tipo de coisa. Quando preciso de algo que é em madeira (como espadas, por exemplo), tenho um amigo que faz para mim, já que não tenho ferramentas para mexer com esse tipo de material.

VIII – Os eventos em que participa são custeados por você ou algum patrocinador / empresa te ajuda / convida?
Normalmente eu vou aos eventos por conta própria, já fui convidada por alguns eventos pequenos aqui da minha região, mas nunca por eventos grandes. Na verdade, eu não  me importo muito com esse tipo de coisa. Cosplay para mim é um hobby e sempre será, vou ao evento para curtir com meus amigos, conhecer pessoas novas e homenagear as pessoas que amo.
Claro que fazer um ou outro trabalho remunerado como cosplayer também é valido, eu também já fiz, mas não é o foco principal da coisa.

IX -  Já se arrependeu de fazer algum Cosplay? Porque?
Não que eu me lembre. Eu sempre procuro estudar muito as personagens antes de representa-las, mesmo que seja uma versão alternativa ou alguma roupa cujo design é fruto da minha própria cabeça. Sempre procuro fazer cosplays de personagens que amo, então não tem como me arrepender de homenagear aquilo que gosto.

X – Qual é a melhor e pior parte de ser um Cosplayer?
Ser cosplayer para mim é algo que faz parte da minha identidade, afinal já estou nesse hobby há dez anos e sem pretensão de parar, eu acho maravilhosa a interação que há com as mais diversas pessoas durante um evento, o carinho com o qual normalmente se dirigem a nós e a satisfação de ver algo pronto, principalmente quando é fruto do nosso próprio trabalho.
Porém, claro que nem tudo é um mar de rosas, eu venho percebendo que de uns anos para cá a comunidade cosplayer tem se tornado extremamente tóxica, vejo que muitas pessoas estão esquecendo que o principal enfoque do cosplay é se divertir. Essa competitividade exagerada que vem surgindo é extremamente nociva e é muito chato ter de lidar com pessoas arrogantes que acham que somente elas podem interpretar um determinado personagem ou que ficam colocando defeitos nas roupas dos outros. Muitas vezes o cosplayer amador que está com um traje exclusivamente de tecido acaba se divertindo muito mais que aquele profissional cheio de armadura e leds.


Capitão América, versão feminina inspirada nos quadrinhos clássicos da Marvel. Ensaio realizado em estúdio em 2016. Foto por: Vitor Garcez


XI – Conte algumas de suas experiências nesse ramo!!!! (Conte quantas quiser)
Uma das experiências mais engraçadas que já me aconteceu foi em torno de 2009. Eu e minha amiga Kaline decidimos ir a um evento em uma cidade próxima a nossa (moramos em Cachoeira Paulista) chamada Roseira, porém não conhecíamos nada da cidade e muito menos do evento então não sabíamos se teria como nos trocarmos no local e tudo o mais. Resultado: saímos de casa de cosplay.
Eu estava de Chun Li, do jogo Street Fighter, e ela estava de uma personagem que não me lembro mais o nome de um hentai chamado Bible Black, que usa um uniforme colegial.
Ao chegarmos à rodoviária da cidade, fomos pedir informação sobre como chegar à escola em que o evento estava sendo realizado e um dos senhores perguntou se éramos da fanfarra.
Nem preciso dizer que rimos muito, né? Naquela época cosplay era muito menos divulgado do que hoje em dia então era muito mais complicado explicar o porquê de estarmos vestidas daquela forma.

XII – O que diria para um(a) jovem que quer fazer Cosplay?
Minha primeira dica sempre é: divirta-se!
Ninguém tem obrigação de fazer um cosplay profissional logo de início, faça do jeito que conseguir e não se deixe abalar por comentários maldosos caso estes aconteçam.
Experiência e perfeição são coisas que vem com o tempo. Não deixe de se divertir por vergonha ou por medo da reação das pessoas!

XIII – Quando vai ao evento como é a sua preparação (alimentar e no transporte do Cosplay)?
Não costumo mudar meus hábitos por conta de cosplay, atualmente faço musculação de segunda a sexta e sigo com alimentação equilibrada durante a semana e aproveito os finais de semana para comer “besteira”. Existe sim uma cobrança acerca do corpo para quem faz cosplay, mas aos poucos essas coisas estão mudando e está chegando ao senso comum que cosplay é para  todos: altos, baixos, gordos, magros, brancos, negros, orientais, ocidentais e etc.
O transporte depende muito do evento que vou, normalmente alguma pessoa me ajuda se for um cosplay com muitos acessórios: amigos ou então meu pai.

XIV – Como sente a representação dessa atividade dentro da cultura geek?
Vejo que o cosplay está ganhando mais espaço, embora a atividade já seja antiga, de uns tempos para cá tem se tornado cada vez mais conhecida. Infelizmente, mesmo no meio geek, algumas pessoas ainda associam cosplayers a pessoas infantis, porém, isso está mudando visto que muitos adultos que começaram a fazer cosplay lá na infância ou da adolescência, hoje são pessoas com carreiras profissionais consolidadas e que continuam com o hobby como uma forma de diversão e de extravasar o estresse do cotidiano.

XV – Qual é o seu evento e Cosplay preferido? Porque?
Meu cosplay preferido é, sem dúvida, o da Xena do seriado dos anos 90 Xena, a Princesa Guerreira. Eu planejei fazer esse cosplay durante anos, porém, como eu ainda não tinha habilidades para a confecção de armaduras fui adiando até que tivesse tempo para aprender e as ferramentas necessárias. Eu sempre fui muito fã de Xena, e me ver na pele daquela mulher foi uma experiência maravilhosa.


Xena – Xena, a Princesa Guerreira (2017) – foto por: Vitor Garcez


XVI – O que ainda espera realizar junto do Cosplay?
Espero conseguir realizar meus projetos, conhecer novas pessoas, me divertir muito e continuar homenageando as personagens e as mídias que amo.

XVII – Seus próximos Cosplays serão quais?
Se tudo sair como planejado esse ano farei quatro cosplays: Capitão América (versão feminina inspirada no universo cinematográfico da Marvel), Cersei Lannister de Game of Thrones, Astrid Hofferson de Como Treinar Seu Dragão e a Rainha Hipólita, versão do filme da Mulher Maravilha.

XVIII – Divulgue o seu trabalho (páginas, sites, blogs e etc. O espaço é SEU!!!!)
Curtam a minha página, pessoal:
e sigam-me no instagram:
@lissvital

XIX – Deixe uma mensagem para os que estão lendo!!!!

Muito obrigada por terem lido até aqui, vocês são todos uns lindos! Espero ter esclarecido um pouco sobre a cultura cosplay e sempre que quiserem um bate papo sobre o assunto estou a disposição!
Um beijo a todos.


Madoka Kaname – Mahou Shoujo Madoka Magica, 2016, foto por: Vitor Garcez

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