Altair – O Imortal conta em entrevista como funciona a CFW, modalidade em que atua como lutador e outras curiosidades sobre a Luta Livre

Esse foi um exercício que meus alunos de Jornalismo Esportivo passaram durante a disciplina de Mídia Impressa: Jornal.
Todo esse conteúdo foi coletado em uma entrevista coletiva que o Altair concedeu a eles, em sala de aula.
Meus sinceros agradecimentos a você meu amigo, e também a meus alunos pelo comportamento sensacional em abordar as questões da vida do atleta e da forma de se criar a Luta Livre!

A primeira matéria é de Fernanda Bini!


Altair – O Imortal é o nome de um lutador personagem que faz parte da Crazy Freestyle Wrestling, a CFW, equipe de Luta Livre da cidade de Ribeirão Pires, São Paulo. Em entrevista, Altair, que na verdade se chama Fidel, conta sobre como surgiu a CFW, como são os treinamentos, as lutas e a criação dos personagens.

Surgimento da CFW
A CFW surgiu de uma brincadeira entre Fidel, o irmão e um amigo, que tiveram a ideia de gravar as lutas que faziam. “Nós não tínhamos noção, não tínhamos técnicas nem nada, mas gravamos algumas lutas e colocamos no YouTube. Na época, não tinha nenhuma equipe de luta que fazia isso, ao contrário de hoje. Conforme nos colocávamos, as pessoas pediam mais, então descobrimos uma equipe de luta profissional em Santo André e começamos a treinar profissionalmente”.  Foi o amigo Bob Ramirez que deu a ideia do nome CFW. “A característica das equipes de Luta Livre é sempre abreviar o nome com três letras, como a mais famosa, a WWE (World Wrestling Entertainment)”.
A CFW tem seis anos, sendo que no primeiro ano os vídeos foram gravados sem treinamento profissional.
A estreia profissional de Altair foi em 19/05/2013, onde começaram então a serem gravados os vídeos profissionais. “Os fãs gostam de ver muita luta e muito conteúdo. Os vídeos saem de terça-feira a sexta-feira. No começo, os vídeos eram gravados em cima de um tapete, com os anos fomos melhorando e hoje temos tatame”.

O que é a CFW
A CFW é chamada de backyard, ou seja, “fundo de quintal”, pois não há um ringue. “Nós lutamos no tatame, com as mesmas técnicas, quedas e golpes. Isso já é um diferencial dos outros tipos de luta, porque as maiores têm ringue. O treinamento é diferenciado, nós passamos muita teoria”.
A equipe da CFW conta com 12 lutadores, além das parceiras com a Baixada Santista e Sorocaba.

O interesse pela luta livre
A paixão pela luta livre veio desde cedo, Altair sempre gostou de artes marciais, especialmente o kung fu e o boxe. “Um dia fui visitar um amigo meu e ele me falou sobre um programa de luta livre que passava no SBT. Eu assisti, vi um cara mascarado e gostei, foi paixão à primeira vista. Depois daquele dia, fui pesquisar mas sobre luta. O trabalho coletivo da luta livre é uma das características que mais me encanta no esporte”.

A escolha do personagem “Altair”
No começo, Altair interpretava o personagem “As Crack”, nome que ele usava quando fazia dança de rua, mas que resolveu mudar por achar o nome ruim. “Se tem uma coisa que eu aprendi foi tomar muito cuidado com o nome, porque o pega mais rápido. Então, pensei logo de cara, em escolher um nome que eu possa chegar numa pessoa mais velha e ela vai conseguir falar meu nome. Resolvi vir com uma pegada mais nova. O Altair faz papel de malvado, então pego como referência o brasileiro Aquiles, que conseguia fazer com que as pessoas tivessem raiva dele. A maior característica do Altair é a arrogância, ele é muito manipulador”.

Os personagens
Em relação a escolha e figurino dos personagens, a equipe do CFW conversa bastante e entra e um acordo para a interpretação de cada um. “Na Luta Livre é muito bom destacar a cor da roupa, para chamar atenção. Antigamente, éramos tímidos em questão disso, hoje nos soltamos mais. Geralmente vemos as características do personagem, o que ele vai trazer, se outro da equipe não usa a mesma cor, para cada um ser o diferencial dentro da equipe”.

Os treinos
Altair treina as quartas-feiras, quinta-feira e aos sábados. Quarta-feira e sábado o treinamento é em equipe, e na quinta-feira profissional. “Eu sou muito fã de funcional, que tem uma pegada parecida com crossfit, então eu costumo fazer todo dia, 20, 25 minutos”.
A luta no geral, as quedas são todas marcadas, roteirizadas e treinadas. “As quedas são o aquecimento do treino. Porque são quedas que mesmo com anos de experiência, você pode cair errado. Então todo treino passamos as quedas, tem variações também, as mais altas, mais baixas. Inclusive, tem uma queda especial que a gente faz que chama queda lateral, que vamos mais para o lado e caímos muito de costas. Mas as vezes acontece de cair de costas e machucar, principalmente a coluna. Sempre caímos com a parte das asas das costas, para evitar a queda com a parte da coluna no chão”.

As lutas
As lutas da CFW são todas de domingo. A equipe se apresenta no Brothers Rock Bar ou em uma tenda de circo na cidade. “Fazemos um trabalho muito coletivo, então um ajuda com a parte do som, outro filma. Como nosso trabalho é seguido, as vezes uma figura aparece muito, então tem que tomar cuidado, porque se a figura aparece demais ela gasta mais rápido. Apesar de ser intensivo, a gente dá um descanso na luta e a pessoa ajuda no apoio”.

A luta mais complicada e a luta mais marcante
Para Altair, a luta mais complicada foi a do último sábado (09) contra Vitor Alves. “No fim do ano passado lutei com o Vitor, ganhei e então ele pediu a revanche, porque eu tinha pegado o cinturão. Acredito que foi uma luta bem complicada, porque o Vitor é meu aluno, e os outros que ajudaram ele na luta são alunos meus também. Foi bem gratificante para mim essa luta, cada um desempenhou bem seu trabalho”. Já a luta mais marcante, foi na época de As Crack, contra o Clube da Luta. “A luta foi no Shopping Mauá, foi uma luta de sobreviventes. O objetivo era jogar o adversário para fora do ringue. Acho que essa luta foi muito significativa porque trabalhamos juntos para mostrar como era a equipe toda atuando junto”.

A Luta Livre atualmente no Brasil
Altair acredita que atualmente todas as modalidades de Luta Livre passam por dificuldades no Brasil. “A paixão por futebol é extrema no Brasil, então os outros esportes ficam meio de lado. Temos três equipes ativas de luta, que para um país do tamanho do brasil é muito pouco”.

Futuro
O grande objetivo de Altair é lutar pela WWE, a liga mundial de luta livre americana, com sede nos Estados Unidos. “Meu grande sonho e objetivo é estar na WWE. Se eu chegar lá, já cheguei no topo”.

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